O Papa foi
recebido no Brasil com as honras de Pontífice e Estadista
A visita do Papa Francisco Bergoglio ao Brasil
deixou um lampejo de esperança para o povo católico e orientação geral para
que cuida da juventude. É homem simples e humilde. Não se destacou como monstro
sagrado, mas desceu do pedestal que o povo lhe construiu. Ele pediu que a
vidraça do papamóvel fosse abaixada para ficar à vontade a fim de cumprimentar
o povo, tocar, abraçar e beijar crianças. Ele desceu, várias vezes, do
papamóvel, porque não queria ficar como um pássaro aprisionado.
O foco do
evento foi a expectativa de encontrar solução para os problemas que ameaçam a
igreja, juventude e estancar o fenômeno migratório de católicos para outros
segmentos religiosos. Vejamos mais sobre alguns aspectos:
Segurança.
Para garantir a segurança do insigne visitante, tiveram o cuidado de articular
um aparato bélico das forças armadas de 14 mil homens e um elenco da segurança
nacional para evitar algum entrevero por causa do momento de crise nacional
que inquieta e exige mudanças. Dizem que importaram tanque de guerra da
Alemanha, que dispara 1.100 tiros por minutos, para qualquer eventualidade nos
quatro eventos nacionais. O insigne visitante deixou transparecer que gostaria de
estar mais livre, porque não tem medo de morrer. Os governos federal, estadual
e municipal estão de saia justa, porque não conseguem fazer o dever de casa e
fizeram vista grossa às necessidades do povo gastando a pequena quantia de RR$118
milhões com a festa da família planetária católica sendo um Estado laico.
Mas, o que isto para um país tão rico?!
Igreja
na rua. O Papa convocou o elenco/point, a Cúpula Católica
para uma reunião e disse-lhes entre outros assuntos que deseja ver a igreja nas
ruas, avenidas e praças. A igreja distanciou-se do povo. A Ela deve ver, ouvir
e sentir as necessidades do povo, estar junto ao povo e aberta ao diálogo.
Peguei uma fatia de sua inquietação e fiquei a imaginar que sua convocação e
exortação atingiram a nossa comunidade de fé que está envolvida com o perfil
elitista e prática conventual. Perdeu-se o jeito de ser igreja que fala
a linguagem mais bíblica e ao alcance das classes mais humildes. Sente-se que a
igreja distanciou-se da mística do
'Cavaleiro de Deus' – João Wesley. Somos uma igreja, refiro-me à 4re,
que tem uma exímia estrutura organizacional com um elenco de líderes clérigos e
leigos hábeis para um spread missionário, porém sentimos que a
rotinização tem sido o maior problema. Gasta-se tempo, dinheiro e os resultados
são parcos. Gosto do que Leonado Boff me disse pessoalmente - “Você é pastor?
Sim, respondi. - Então ouça o Espírito Santo para que o povo possa ouvir você.”
Tenho certeza de que, se a igreja ouvir o Estrategista da missão, será
estimulada a expandir os limites do reino de Deus. Para que isto aconteça ela
tem de sair do seu quadrado. Oscar Culmann afirma que Jesus Cristo usou
50.3% de suas ações junto ao povo e 49.7% com os seus discípulos e a sós com o
Pai. Dentro de um pressuposto profético e holístico, todos os segmentos do cristianismo devem cumprir a missão de manter o equilíbrio
da família planetária.
Juventude. No seu discurso à juventude foi austero e
contundente chamando a atenção dos governos e educadores para cuidarem da
juventude na construção de suas balizas para o futuro. Se almejamos colher
frutos no futuro temos de investir na juventude. Se não o fizermos os jovens
estarão sem rumos definidos. “Ao olharmos para a retina da juventude no
presente percebemos a sua ansiedade. Ao definirmos suas balizas definiremos o
futura da nação. Os jovens são a janela
do futuro de uma nação.” Os estímulos que recebem hoje determinam a
construção da futura sociedade. O que está acontecendo hoje é consequência de
descuidos dos educadores e formadores de caráter. Uma juventude que tem prumo
no presente não deixará a nação sem rumo no futuro.
Capitalismo.
Com um tom bem ácido o Papa fez críticas ao capitalista moderno gestor de
um sistema econômico desumano e
escravizante. Na expressão de Albert Schweitzer - Inicia-se uma nova Idade
Média com a robotização, humanização da máquina e a desumanização do homem
culminando com a fragmentação da família. O capitalismo pós-moderno ou selvagem
está gestando uma crise que deixa um rescaldo de dois extremos preocupantes.
“Em um dos extremos estão os jovens e no
outros os idosos.”
O saudoso Bispo Almir dos Santos,
cristão socialista, citava na aula de sociologia: “Em todos os extremos há
perigos” - In omnia extremis periculosa est.” Que sanduíche indigesto é este!:
jovens-capitali$mo-idosos! Evitemos que um destrua o outro. Deve-se buscar a orientação de Deus para que
a frase de Titus Plautus, dramaturgo romano, ”Homo homini lupus est” - O homem
é o lobo do homem, não seja aplicada na sociedade moderna. No amor de Jesus
Cristo, o Sumo Sacerdote e cordial abraço.
Pr. Trevenzoli
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