Gn 12.3, 7 e 8; Dt 22.8-12; 28.6
Depois da conversão ao Senhor Jesus Cristo, o
passo mais importante na vida do ser humano, é a constituição da família. Essa
oficina é sustentada por quatro princípios ou pilares fundamentais, que podem
ser nomeados de Quarteto do Equilíbrio ou da Harmonia Familiar.
1.AMOR (Agape) Amor é uma
palavra que nasce no seio da religião revelada. Esse amor configura o
relacionamento puro entre o homem e Deus, homem e mulher reciprocamente. Jesus
insiste, em Mt 5.43-48, que o amor humano deve seguir o padrão do
amor divino. Ágape é uma virtude que vai além da mente, da razão. “O
coração tem razão que a própria razão desconhece.” É um mistério que se torna
realidade quando atinge o coração, centro das emoções. Ágape é o primeiro fruto
do Espírito Santo. É a vitória sobre o EU.
É a dinâmica da vida. A vida conjugal, familiar e humana sem esse AMOR, configura quimera, fantasia e
romantismo inconsequente.
2.EROS (Eros) Amor entre
sexos opostos, amor possessivo, predominantemente físico. “O fogo nasce
da pedra, a pedra nasce do chão, o amor nasce dos olhos e vai para o
coração”(Carolina de Jesus). Esse amor pode ser nocivo e perigoso. É um
sentimento que pode inebriar por
algum tempo. “Antes de se casarem os corpos, casem-se as almas primeiras,
porque vejo muitos corpos casados e muitas almas solteiras” Belmiro Braga.
3. AMIZADE (Storge) É um relacionamento afetivo, caloroso,
ardente. É comum a todas as pessoas, porém, torna-se mais evidente entre os da
mesma fé e da mesna família. “É o lado físico do amor.” É verdade que, storge,
amizade - descreve o tipo mais nobre do amor humano, mas também, é verdade que a chama da amizade pode
diminuir e o seu calor esfriar-se.“Quando a beleza do amado/a murcha, a
amizade, às vezes, murcha também” (Aristóteles).
4.AMIZADE (Storge)
Realça o amor cuja abrangência atinge todo o clã, a saber, a árvore
genealógica. A família assemelha-se a um castelo. Ele é fortificado por dentro
e tem armas defensivas e ofensivas. A família deve acastelar-se para“resistir
as forças espirituais do mal nas regiões celestes” (Ef 6.12).
“Em ti serão benditas (abençoadas)
todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Durante a peregrinação de Abraão ele edificou dois altares ao Senhor: “edificou
um altar ao Senhor que lhe aparecera (Gn 12.7;
“em Betel, edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor”
realçando sua intimidade com Deus(Gn 12.8). É preciso e, urgentemente,
recons-truir alguns altares do coração, da família e da igreja. Existem forças
ameaçadoras que penetram, sorrateiramente, na vida, nos lares e na igreja
arruinando o altar onde o Senhor aparece, é reverenciado e adorado. Necessário
se faz remover as cinzas do altar com o sopro do Espírito Santo, porque a cinza
configura morte sinalizando falta de combustível e da chama que se apagou. A
lenha deve ser renovada no altar da família e da igreja, a fim de que a chama
do amor permaneça acesa nesse sacrário divino. Lenha nova no altar significa
consagração que “o bom perfume de Cristo” definindo a família e a igreja como
abençoadas e abençoadoras. “O homem e a mulher são vocacionados para
manter acesa a chama imortal do amor no
santuário da fidelidade conjugal, que é a família” (John O'brien.”
missão do homem temente ao Criador é ser seu
representante na família que se constrói, a fim de projetar sua influência na
família planetária. O homem é vocacionado por Deus para exercer a missão
paternal. A mulher é vocacionada por Deus para exercer a missão maternal. A
missão da mulher é ser a Matriz Sagrada, em cujo ventre, Deus fecunda o ser que
deve crescer em “sabedoria, estatura e graça”(Lc 2.52), a fim de expressar ao
mundo a sua vontade através dos valores mais altos. Ambos são responsáveis para
manter a família como o núcleo fundamental da igreja, sociedade e nação. A
família edificada sobre a rocha, Jesus Cristo, não falhará e nem ficará
rodopiando na base do tripé espiritual, emocional e social.
No texto de (Dt 22.8), os hebreus
foram advertidos no sentido de não se esquecer de “construir o parapeito no
terraço das casas” para evitar acidentes a fim de que ninguém “fosse culpdo pelo sangue.” Hodiernamente, muitas
famílias estão sem esse parapeito, a saber, orientação espiritual, disciplina e
limites. Por conta disso, muitos sofrem acidentes por causa da deformação na
construção da vida espiritual e do caráter. Os cônjuges e demais familiares
sendo submissos a Deus, tornam a família sustentável e invulnerável à ação
virótica “dos dias maus” em que se vive. Do que se sabe, atiram-se dardos
inflamados e envenenados contra a família, porém, se ela está “fortalecida no
Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.1), eles são espatifados antes do inimigo
atingir o seu alvo. A família blindada pela couraça da justiça e o escudo da
fé, estará protegida e livre de quedas do parapeito.
PERIGOS QUE AMEAÇAM A OFICINA DO CARÁTER
Muitos
pais estão terceirizando a educação dos filhos, transferindo a responsabilidade
para parentes, igreja, escola e Estado. A missão de catequizar e construir o
caráter dos filhos é dos pais. Dizem por aí que: “pais ausentes, filhos
carentes.” “Quem ama, educa. O Brasil não precisa apenas de reprodutores e
reprodutoras” (Içami Tiba). Deus deseja o melhor e tem o melhor projeto para a
família. As ferramentas dessa oficina são: oração, jejum, reverência,
obediência a Deus, leitura do Livro Sagrado, reflexão bíblica, livros que
propiciam uma prática relacional saudável, obediência aos pais, avós e outros,
trabalho, honestidade, partilha, diálogo e definição de limites. Essas
ferramentas devem permanecer na Oficina do Caráter e não devem ser vendidas,
trocadas, negociadas e nem esquecidas.
Algum tempo atrás e, não muito distante, o
nosso passado era “trazido à memória” (Lm 3.21), por causa da construção do
caráter e de balizas. Hoje, vivemos sonhos imediatistas que se realizam de
acordo com o domínio da cibercultura no ciberespaço. Corremos o risco de ter um
futuro muito pequeno e um passado menor ainda. Vive-se, hoje, no calabouço do
imediatismo e do consumismo compulsivo alimentado pelo capitalismo
selvagem.”Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (I Co 15.32). Muitos são
adeptos desta filosofia e persistem na rota de colisão até sucumbir na próxima
curva da estrada ou da vida.
AS FAMÍLIAS SEGUEM SENDO BÊNÇÃO E ABENÇOANDO
O homem não pode, jamais, descumprir sua
missão paternal e a mulher deve seguir cumprindo com esmero sua missão
maternal. “Na família, o homem é a cabeça, a mulher é o coração” (Pio XI,
citado por Niedermaier). Inequivocamente, o homem e a mulher são vocacionados
por Deus para manter a família nos limites e objetivos para os quais ela foi
instituída. A mulher era uma jóia velada, porém, Jesus Cristo resgatou o seu
valor, e a sua dignidade veio a lume. Entretanto, não é seu desejo que ela
fique no pedestal e, sim, ao pé da cruz, a fim de que, “o seu valor exceda o de
muitas jóias” ( Pv 31.10).
Nota. Os itens, 1 a 4, são textos
adaptados de Dr. John Mackai.
Pr.
Trevenzoli – bergertreve@oi.com.br
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