“O mesmo Espírito testifica com nosso
espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Pressupõe-se que, se a igreja tem convertidos, que se transformam em seguidor, e depois, em discípulo, ela precisa de discipulador. Ou se evangeliza e vive ou não se evangeliza e morre. A evangelização e os seus resultados deixam igreja em clima de festa. Haverá sempre "uma festa no céu por um pecador que se arrepende” (Lc 15.7).
Meu
objetivo, ao apresentar este estudo, é estimular e enriquecer você para a
prática do Discipulado. Há quatro estágios fundamentais para quem deseja ser fazedor de discípulo:
1. CONVERTIDO:
“Ser nova
criatura” (II Co 5.17)
Quando
nasce um bebê a família festeja. Quando nasce alguém de novo na igreja, deve-se
festejar também. Mesmo que não haja festa na terra, os anjos festejam no céu,
pois é menos um para o inferno e mais um para o céu. Na verdade a igreja não
precisa de pastor para gerenciá-la como se fosse uma empresa. Precisa, sim, de
homens ungidos, sensíveis e conscientes da desgraça de quem não experimentou a
bênção da salvação.
2. SEGUIDOR: O verbo seguir aparece 80 vezes no NT. Ir atrás de
alguém, seguir a
opinião de alguém, ir para algum lugar com outra pessoa. Na verdade, na
verdade, não se é “nova criatura”
por imitação, por uma fé intelectual, fé
convencional, por parentesco,
adesão, rotulação ou busca de status. No decorrer dos séculos,
a estratégia missionária do Espírito não foi
alterada. Pregar o evangelho “poder
de Deus para a salvação de todo aquele que crê” é fazer discípulo (Rm
1.16);
Ao
aceitar Jesus Cristo como Senhor e Salvador, a pessoa recebe a credencial de
filho de Deus para tornar-se seguidor de Jesus Cristo. Ele é inserido na
igreja, corpo de Cristo. Sendo obediente e zeloso, conquista o grau de discípulo.
3. DISCÍPULO: Aluno, aprendiz, aparece 264 vezes no Novo Testamento. Foi uma experiência radical e um
grande desafio ser discipulado por Jesus Cristo e uma experiência vital que
propiciou uma mudança radical. Os discípulos tiveram muitas dificuldades para o
engajamento no novo estilo de vida, ao instalar-se o Novo Israel, participação
na vida eterna numa nova configuração e preparar-se para a tarefa missionária.
4. DISCIPULADOR: “ide, portanto, fazei discípulos...”
(Mt 28.19).
Fazer discípulos é preciso e ensiná-los é melhor ainda. “Fazer
discípulo” não fazer membros. Implica em “curar,
guiar e sustentar”. Os três verbos “ide”,
“batizar” e “ensinar” qualificam o verbo central, “fazer”. Pode-se dizer também que há quatro verbos muito importantes
e envolventes na vida do discipulador:
ver, ouvir, sentir e falar. Ao discípulo deve-se ensinar tudo quanto Jesus
tem mandado. Dessa maneira ele será um discipulador.
“A aprendizagem da palavra de Deus
desarma as armadilhas do diabo cujas malhas prendem o povo. Em outras palavras,
o que o diabo não suporta é a liberdade que provém da palavra de Deus através
do ensino” (Danilo R. Streck). Não é
suficiente arrebanhar ovelhas e
encher o aprisco. De acordo com a teologia prática as ovelhas feridas precisam
ser curadas, sustentadas e guiados com zelo e amor.
Vamos discorrer sobre a diferença entre seguidor e discípulo:
O SEGUIDOR ESPERA PÃES E
PEIXES ( Mt 4.4 );
O DISCIPULO É UM PESCADOR
( Lc 5.10 );
O SEGUIDOR LUTA POR
CRESCER ( João 15 );
O
DISCIPULO LUTA POR
REPRODUZIR-SE ( Mt 28.19 );
O SEGUIDOR ENTREGA PARTE
DOS SEUS DESEJOS ( Mt 6.24 );
O DISCÍPULO ENTREGA TODA
SUA VIDA ( Rm 12.1 );
O SEGUIDOR É
CONDICIONADO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS ( Mc 4.37-38
O DISCÍPULO APROVEITA-AS
PARA EXERCITAR SUA FÉ ( II Co 4.8-11 );
O SEGUIDOR VALE, PORQUE
SOMA ( Lc 9.33 );
O DISCÍPULO VALE, PORQUE
MULTIPLICA ( Atos 4.4; 6.1 );
O SEGUIDOR GOSTA DE
AFAGO ( João 13.25 );
O DISCÍPULO GOSTA DO
SERVIÇO E DO SACRIFÍCIO ( I Pe 2.5 );
O SEGUIDOR É VALIOSO (
Lc 12.7 );
O DISCÍPULO É
INDISPENSÁVEL ( Atos 1.8; II Tm 2.15 ).
Quando se faz uma incursão no Antigo
Testamento, torna-se conhecedor de incontáveis sinais de manifestações divinas
na caminhada e na construção da história dos hebreus e do povo de Israel. De
igual modo, ao iniciar-se o período da Nova Aliança, Jesus Cristo, seus
discípulos e os apóstolos deixaram o registro de curas, sinais e prodígios ( Mt
4.23-25; Lc 13.32; At 5.16; At 10.38).
Os hospitais, clínicas e sanatórios são usados para curar
toda a sorte de doenças. Entretanto, a Igreja de Jesus Cristo é uma clínica
para curar os males espirituais, emocionais, físicos e os conflitos
relacionais. Ela usa como terapia a Palavra de Deus, a oração, o jejum e o
aconselhamento. A igreja usa como a psicanálise, o método catártico para
purgação e purificação no tratamento da psiconeurose, tão evidente em nossa
sociedade. “Vinde a mim todos vós...( Mt 1.28);
“O Espírito do senhor está sobre mim, pelo que
me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos
cativos, dar vistas aos cegos, pôr
em liberdade os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor ” (Lc 4.18,19).
Esses textos, e muitos outros, revelam a prática de Jesus
Cristo para a cura dos males que afligiam o povo. A medicina, em geral, está
evocando os recursos da fé para a cura dos enfermados. Na verdade, é evidente
que, nas igrejas pentecostais e neopentecostais prática-se a catarse e, em
fazendo assim, arrebanham muitos convertidos e seguidores de Jesus Cristo. Por
conseguinte, há grande necessidade da prática do discipulado.
CONCLUSÃO: Os
desungidos correrão, trabalharão, cansarão e, finalmente serão acometidos por
uma doença de nome “esgotamento
espiritual”, herança de atividades perfunctórias. Uma igreja sem a evidência de sinais torna-se sem a GRAÇA, sem graça e correndo o risco de
deixar o povo abandonado e na desgraça. Jacques Dupont disse: “ O anúncio da
Palavra torna-se mais impactante
quando acompanhado por milagres”. “E
estes sinais hão de seguir os que crerem...”(Mc 16.15).
Exponho aqui a razão do crescimento da Igreja Primitiva:
1. Perseveravam na doutrina dos apóstolos;
2. Na comunhão, no partir do pão e nas orações;
3. Em cada alma havia temor e
5. Muitos sinais e prodígios eram feitos por meio dos
apóstolos (Atos 2.42-43).
Dr.
Jalmar Bowden disse-me: “Tenho notícias que
suas igrejas estão
crescendo. Na verdade, não
precisa pagar pastor para matar igreja. Nesse caso, é melhor deixar a igreja
sob os cuidados de leigos e ela
não morrerá ”. Somos povo de Deus
vocacionado para fazer discípulos.
Como tal, não devemos ocupar tempo demasiado na caserna limpando e polindo as nossas armas.
Temos que ir para as fronteiras e detonar as fortalezas do inimigo. O Excelente Missionário, Jesus Cristo, está
sempre entre nós. Do menor e na esperança de servir.
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