“ Educa a criança no caminho em que deve andar e quando envelhecer lembrar-se-á e não desviará dele” ( Pv 22.6).
Dou-me conta de que sou privilegiado ao refletir sobre o Dia da Criança. Olhos arregalados e brilho nos olhos. O comércio está mais interessado no lucro do que no signifi-cado deste dia.
Lembro-me de minha meninice de cinco a oito anos. Eu tinha limites e escala de ser- viços definidos. Cuidei de galinhas, ajuntei ovos, tratei de porcos, tangi bezerros para o estábulo, ajudei a fazer queijos e cuidei de hortas. Brinquei de pique pega, pega pega, balanço, pião, pipa, corrupio, zumzum, chicotinho queimado e inventei outros brinquedos.
Meu pai era colonizador italiano. Por decisão dele iniciei as atividades na lavoura com oito anos de idade. Ele preparou e deu-me um “cacumbu”, enxada pequena, para lavrar a ter-ra durante o dia. Estudar? Nem pensar! Chorei ao ver crianças a brincarem no recreio. Após a morte de meu pai, aos dezesseis anos de idade, ainda analfabeto, saí de casa para iniciar a carreira estudantil. Fiquei interno em quatro colégios durante quinze anos sendo que, os últimos cinco anos na Faculdade de Teologia onde me qualifiquei para ser pastor metodista.
“Os filhos são herança do Senhor” (Sl 127.3).“A disciplina e a correção dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe” (Provérbios 29. 15).
Ao homem, Deus deu a missão paternal e, à mulher, missão maternal para a construção do LAR. O coração e a mãe são a primeira escola da criança. O consumismo compulsivo exige que a genitora trabalhe e os filhos perdem o cheiro, aconchego e o afeto da mãe quando é levado para a creche ou escola. Não se vê com bons olhos a terceirização da educação dos filhos, porque gera problemas na família, sociedade e Nação. O berço ainda é a primeira escola onde se inicia a formação do caráter e recebe lições de vida. Infelizmente, há evidência de que a Multimídia usurpa, exerce influência maléfica e enfraquece o PODER PÁTRIO na formação do caráter da juventude. Esta missão inicia-se antes de a criança nascer, de acordo com os princípios da eugenia. A pauta desta missão tem base em três pressupostos bíblicos: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens ( Lucas 2.52 ). O pastor e psicólogo, H. Emerson Forsight, quando se deu conta de que o ensino da Escritura Sagrada foi abolido das escolas nos States e alertou: ” brevemente a nossa sociedade será ameaçada por pequenos e grandes monstros.” Lá, como aqui, os monstros estão em evidência. “A MÃO QUE EMBALA O BERÇO GOVERNA O MUNDO” (Abraham Lincoln).
A família é a oficina do caráter. Cada família tem a sua oficina para construir o caráter de seus filhos nos princípios sagrados e da honra tornando-se fios de prata e de ouro para se construir o tecido da sociedade a fim de que ela seja menos hipócrita e deturpadora dos valores mais altos substituindo-os por valores rasteiros.“ Ninguna nación es mejor que la vida hogareña de su pueblo”- Nenhuma nação é melhor que a vida familiar de seu povo”(C. Coolidge, Educador Argentino.) ”Com a criança que temos no presente, pagaremos no futuro uma dívida do passado,” (Dra. Otília Chaves).
Ao construir-se o caráter da juventude, constrói-se uma nação que tem prumo e te rumo. O Brasil precisa e com urgência, reformar o caráter do seu povo, e isto não se faz apenas com decretos e criando mais leis, pois nem todas as que temos são cumpridas a rigor. Deve-se respeitar e pôr em prática as duas Constituições que temos – do Cristianismo e do Brasil.
O DIA DA CRIANÇA GREGA
No século V a.C, alguns filósofos gregos preocupados com a educação das crianças e iniciaram o um movimento pedagógico, como se pode ver: algumas práticas usadas na formação do caráter das crianças.
1.Mal o dia surgia, o menino acordava e o pedagogo com sua lanterna, o ajudava a lavar-se e a vestir-se;
2.Após a refeição da manhã, o pedagogo acompanhava o menino à palestra onde aprendia música e ginástica;
3.Depois de um banho, o menino regressava a casa para almoçar;
4.À tarde, regressava novamente à palestra para ter agora, lições de leitura e sua escrita;
5.De regresso à casa, e sempre acompanhado pelo pedagogo, o menino estudava as suas lições, fazia os trabalhos de casa, jantava e ia deitar-se;
6.Não existiam fins de semana nem férias, exceto os dias de festivais religiosos ou cívicos, que eram para o descanso para todos.
(cf. Castle, 1962:65).
SALVE O DIA DA CRIANÇA!
Pastor e educador Valdemar Trevenzoli
Comentários
Postar um comentário